Não há melhor maneira de iniciar o assunto novas mídias, senão questionando: o que são novas mídias e para quem? Para uma criança ou um adolescente, se deparar com uma comunicação de um produto ou serviço no celular ou na internet já faz parte do seu dia-a-dia. Eles já nasceram ligados com o que há de novo, com o que surge a cada dia, com o que nos surpreende. A definição do que é ?tradicional? e ?novo? já levanta uma certa polêmica, pois definir o que é ?novo? e o que é ?tradicional? se torna uma tarefa muito difícil se não estiver claro com quem queremos falar. Temos que entender, antes de mais nada, o consumidor, em que momento vamos impactá-lo, qual a relevância de determinada mídia para ele, qual o índice de aceitação que terá naquele instante. Quem conseguir entender tudo isso estará estabelecendo um ponto de contato eficiente com o seu público-alvo.A nossa missão é fazer com que a comunicação se torne relevante. Isso pode nos levar a recomendar mídias digitais e também as formas tradicionais, inclusive o clássico comercial de 30? na televisão. É importante nesse contexto considerar que, em um país como o Brasil, as mídias tradicionais ainda continuam de fato as mais eficientes para se atingir as grandes massas. O que devemos é usar de forma mais inteligente a televisão, o rádio, a revista, o jornal, o cinema, a mídia exterior. A mídia online, como principal exemplo desse cenário das novas mídias, é muito importante em função dessa nova geração de consumidores. Mas a televisão continuará sendo um veículo extremamente poderoso por muito tempo, até em virtude da sofisticação da TV Digital, que permitirá a reprogramação de tudo.Acredito que o emprego de ferramentas como a internet e o SMS terão um uso cada vez maior, bem como a integração e a convergência desses meios com os canais clássicos de comunicação. O caminho é qualificar cada vez mais o público, o que significa descobrir por quais tipos de mídia ele gostaria de ser atingido.Para as agências, é um momento muito rico. Temos que pensar cada mídia de acordo com sua especificidade. Antigamente podia-se usar um filme criado para televisão no cinema, usar sua locução no rádio ou aproveitar o mesmo anúncio de jornal em revista. Essas fórmulas definitivamente não funcionam mais, cada meio tem sua linguagem. Até porque não existe receita de sucesso. Cada caso é um caso.Nos últimos dez anos, grandes mudanças ocorreram. Hoje, mais de 95% dos televisores têm controle remoto e o consumidor tem muito mais poder de decisão. A partir daí, a mídia passou a ser centrada no consumidor. Surge a necessidade de procurarmos alternativas. Mas quando falamos em novas mídias, temos que imaginar primeiro que tudo é mídia, tudo comunica, ou seja, não existe mídia alternativa. O importante é atingir o consumidor de forma relevante.
Fonte: Meio & Mensagem - por Antônio Jorge Alaby Pinheiro, sócio-diretor da Mídia 1